quinta-feira, 28 de junho de 2007

SÍNDROME DO PÂNICO NA ATUALIDADE


A prática clínica trouxe uma infeliz surpresa enquanto psicóloga: Um número considerável de jovens acometidos pelo Transtorno de Pânico.

Tal transtorno, usualmente chamado na mídia por Síndrome do Pânico*, trata-se de um tipo de transtorno de ansiedade, caracterizado por recorrentes crises de ansiedade, contendo alguns dos sintomas:
- medo intenso
- tremores, sudoreses,
- sensação de falta de ar
- tontura
- intensa ansiedade
- pensamento de que está morrendo ou vivendo um ataque (cardíaco, enfarto...)

De acordo com o DSM-IV (
www.psiqweb.med.br) um Ataque de Pânico é representado por um período distinto no qual há o início súbito de intensa apreensão, temor ou terror, freqüentemente associados com sentimentos de catástrofe iminente. Durante esses ataques, estão presentes sintomas tais como falta de ar, palpitações, dor ou desconforto torácico, sensação de sufocamento e medo de "ficar louco" ou de perder o controle. A Agorafobia é a ansiedade ou esquiva a locais ou situações das quais poderia ser difícil (ou embaraçoso) escapar ou nas quais o auxílio poderia não estar disponível, no caso de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico. O Transtorno de Pânico Sem Agorafobia é caracterizado por Ataques de Pânico inesperados e recorrentes acerca dos quais o indivíduo se sente persistentemente preocupado. O Transtorno de Pânico Com Agorafobia caracteriza-se por Ataques de Pânico recorrentes e inesperados e Agorafobia.

Fazendo um paralelo do crescimento dos casos da doença com a nossa atualidade, cito a pressão da sociedade diante da necessidade dos jovens em serem “os melhores” em diversas áreas. Desde jovens, são comuns essa pressão e superestimulação por parte dos pais e/ou sociedade geral: aulas de inglês, espanhol, lutas/danças, computação, etc. Não que estimular ou investir conhecimento nos jovens seja algo ruim, mas a forma como tal necessidade vêm sendo encarada é preocupante.
O que parece existir, é cada vez mais uma preocupação em desenvolver pequenos gênios através de estímulos estressantes; as brincadeiras infantis vêm sendo substituídas por jogos solitários em microcomputadores sofisticados, e os pais não se dão conta de que as brincadeiras rústicas são as grandes aliadas de um desenvolvimento saudável e precursor.
As próprias crianças da atualidade vêm percebendo sua responsabilidade muito antes do que realmente deveria senti-la de fato. São inúmeras lições dos diversos cursos, diversas provas que as testam, e diversas frustrações que por vezes encaram em estágios precoces de desenvolvimento.
Um pouco mais velhas, na adolescência, a pressão é ainda maior. Já não bastasse a fase de transformação física e psíquica difícil que enfrentam, ainda precisam encarar a escolha profissional (faculdade), primeiro emprego, namoros, etc. E como sabemos, para todos esses aspectos, não é fácil obter êxito em todos. Como por exemplo, a escolha do curso pode ou não ser favorável a opinião dos pais, assim como, pode ou não estar vinculada à uma imagem de bons lucros futuros, o que aumenta a dúvida do jovem que parece “ser obrigado’ a optar naquele momento; o primeiro emprego é outra tarefa carregada de medos e ansiedades: é o primeiro emprego, mas muitas vezes as entrevistas exigem experiência, cursos disso e daquilo...mais uma vez o jovem encontra-se pressionado e frustrado; O namoro mexe com o emocional de forma violenta: a aparência (algo implantado na mídia como obrigação de um ser humano em seguir um padrão), a sexualidade, as dúvidas, ciúmes, discussões, etc.
Resumidamente percebemos que crescer não é tarefa fácil e parece que a pressão social vem ajudando em um aumento de ansiedade e dessa forma, um dos possíveis princípios para também, um aumento de transtornos de ansiedade.
Claro que não são fatores isolados. Pesquisas são necessárias para embasamento dessas hipóteses, e a verificação de um histórico de vida individual também é fundamental em qualquer diagnóstico. No entanto, fica aqui este tópico para pensarmos que sociedades estamos querendo futuramente.
* A síndrome e o transtorno são constituídos pelo conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença. Enquanto não se identifica a doença, esse conjunto de sinais e sintomas é chamado de síndrome. No momento em que se define a doença, o quadro passa a ser chamado de transtorno.

terça-feira, 26 de junho de 2007

26 de Junho - Dia mundial de combate às drogas

"Acreditamos saber que existe uma saída, mas não sabemos onde está. Não havendo ninguém do lado de fora que nos possa indicá-la, devemos procurá-la por nós mesmos. O que o labirinto ensina não é onde está a saída, mas quais são os caminhos que não levam a lugar algum."

Norberto Bobbio

quarta-feira, 2 de maio de 2007

O mito da Tarja Preta



Quem nunca se deparou com a frase: “Estou tomando medicamentos fortes... de “tarja preta” (...).Parece que a cada dia, vêm crescendo mitos em tornos de medicamentos controlados, principalmente àqueles direcionados à saúde mental.
Erroneamente, pessoas julgam a tarja preta como algo relacionado ao “forte” e perigoso, ou ainda, acrescentam que a tal “tarja maligna” esta presente em substâncias que, na verdade não o são, como no caso, os antidepressivos.
O que ocorre, é uma generalização de medicamentos psiquiátricos, como drogas perigosas e causadoras de dependência. Esclarecendo: Os medicamentos com a “tarja preta”, são medicamentos que, se ingeridos em excesso, podem causar dependência, daí, a necessidade da retenção da receita médica. Como exemplo de tais substâncias, temos alguns anorexígenos (medicamentos para emagrecer) e ansiolíticos (os chamados, “calmantes”).Já os antidepressivos, possuem a tarja vermelha, que também é necessária uma retenção da receita médica, no entanto, diferente dos classificados como tarja preta. O que é freqüentemente observado, é que há um mau uso da palavra, pois diversos medicamentos direcionados para ansiedade e afins, são chamados de antidepressivos.Erroneamente, grande parte da população, acredita que as substâncias da tarja preta são maléficas à saúde, enquanto que demais drogas, seriam mais “leves”. Na verdade, todos os medicamentos podem causar efeitos colaterais e sérios riscos à saúde caso sejam consumidos sem prescrição médica e de forma abusiva.
Cabe aqui, pensarmos, o quanto este mito da tarja preta, interfere no processo de tratamento e “cura” de pacientes que, por vezes, resistem ao tratamento temendo tornarem-se dependentes químicos, ou ainda, que acreditam estar extremamente doentes, e por isso necessitam dos medicamentos de tarja preta.Para saber mais sobre a classificação de medicamentos e tipos de restrições e cores nas embalagens, visite o site do Centro de Vigilância Sanitária: http://www.cvs.saude.sp.gov.br/reg_farm.asp

terça-feira, 1 de maio de 2007

Pai da Psicanálise???


Sigmund Freud nasceu a 6 de maio de 1856 em Freiberg, Moravia, no império austro-húngaro (hoje Pribor, Checoslováquia). filho de Jacob Freud, um comerciante judeu, e de sua jovem segunda esposa Amalia Nathanson.
Aos 4 anos,mudou-se para Viena devido problemas financeiros.
Freud inicia os estudos na universidade aos 17 anos. Em 1877, desapontado com os resultados e talvez menos excitado em enfrentar mais dissecações de enguias, Freud vai ao laboratório de Ernst Brücke, que torna-se seu principal modelo de ciência. Foi com as discussões de casos clínicos com Breuer , um amigo próximo da éoca de faculdade, que surgiram as idéias que culminaram com a publicação dos primeiros artigos sobre a psicanálise.
Freud abrangeu seu olhar diante da sexualidade infantil, a descoberta do
Ics, histeria, uso de cocaína, hipnose, complexo de Édipo, etc.
Até hoje, Freud é um marco na área da Psicologia diante de sua descobertas e explicações, com inúmeros discípulos.

Rapaz que ateou fogo em supermercado parecia ter problemas com o chefe... Até onde isso justifica seu comportamento?

Um rapaz de 19 anos ateou fogo no supermercado em que trabalha, na tarde desta quinta-feira (26), na Região Norte de Florianópolis. Segundo as primeiras informações, 35 pessoas ficaram feridas, dez delas em estado grave.

O rapaz estava de folga. Ele teria entrado no mercado armado. Testemunhas dizem que, antes de render os funcionários, ele foi até a prateleira dos produtos de limpeza, abriu diversas garrafas de álcool e ateou fogo. Os policiais, acionados por vizinhos, tentavam negociar com ele quando houve a explosão, o que gerou pânico. O álcool atingiu algumas pessoas, que sofreram queimaduras. Algumas pessoas que estavam na loja pularam do segundo andar do estabelecimento na tentativa de fugir das chamas. Bombeiros fizeram a remoção das vítimas - com queimaduras e suspeita de fratura - de helicóptero para os hospitais Universitário e Governador Celso Ramos, na Capital.
Fonte: DO-G1, 2007. Globo. Visualizado em: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL27549-5598,00.html. São Paulo. Acessado em: 01/05/2007.
De acordo com divulgações na mídia, o suposto funcionário parecia estar descontente com relação à postura de seu chefe, o que poderia ter colaborado a tomar tal atitude.
Até que ponto você acredita que a humilhação no trabalho, ou relações consideradas insustentáveis, podem levar à atitudes drásticas de desequilíbrio emocional?
Qual sua opinião em relaçãoà este fato?
Para auxílio informátivo, segue abaixo, link de artigos sobre AssédioMoral no trabalho e suas repercurssões.
Opine!!!
O assédio moral vem a ser um conjunto de ações e/ou omissões depreciativas, reiteradas e prolongadas, que possuem o objetivo delimitado de determinar na vítima uma descompensação psicológica, de forma a desestabilizá-la para com seu ambiente de trabalho. Em outras palavras, poderíamos afirmar que o assédio moral no ambiente de trabalho nada mais é do que a perseguição injustificada que incide sobre a vítima, acarretando uma série de distúrbios psicológicos, que acabam por resultar conseqüências danosas também na saúde física, nas relações sociais e no contexto financeiro. Ressalte-se que o assédio moral é um processo, não se caracterizando por uma só ação isolada, ainda que esta tenha o condão de gerar danos psicológicos ou morais.Para atingir seu intento, o assediador moral utiliza-se de diversos instrumentos de manobra, tais como: ofensas sutis, referências depreciativas quantos aos dotes físicos e comportamentos da vítima, isolamento no local de trabalho, esvaziamento de funções, rigidez excessiva, atribuição de trabalhos inviáveis, inviabilização de serviços rotineiros, implantação de descrédito dos companheiros de trabalho em relação à vítima, dentre outras.
Qualquer que seja a motivação que fomenta e dá combustível ao processo de assédio moral, uma indagação persiste: até onde o assédio moral conduzirá os envolvidos? Podemos vislumbrar “pequenas vitórias” por parte do assediador, uma vez que, não raramente, consegue debilitar e dilapidar a vítima. Mas, é uma vitória aparente e ilusória, uma vez que as reais conseqüências do processo de psicoterror suplantam qualquer tipo de sentimento de satisfação espúria por parte do agressor.
Fonte: Jorge Luiz de Oliveira da Silva. Até onde nos conduz o assédio moral? Direito Net. Visualizado em: http://www.direitonet.com.br/artigos/x/16/87/1687/. Acessado em: 01/05/2007.