SÍNDROME DO PÂNICO NA ATUALIDADE
Tal transtorno, usualmente chamado na mídia por Síndrome do Pânico*, trata-se de um tipo de transtorno de ansiedade, caracterizado por recorrentes crises de ansiedade, contendo alguns dos sintomas:
- medo intenso
- tremores, sudoreses,
- sensação de falta de ar
- tontura
- intensa ansiedade
- pensamento de que está morrendo ou vivendo um ataque (cardíaco, enfarto...)
De acordo com o DSM-IV (www.psiqweb.med.br) um Ataque de Pânico é representado por um período distinto no qual há o início súbito de intensa apreensão, temor ou terror, freqüentemente associados com sentimentos de catástrofe iminente. Durante esses ataques, estão presentes sintomas tais como falta de ar, palpitações, dor ou desconforto torácico, sensação de sufocamento e medo de "ficar louco" ou de perder o controle. A Agorafobia é a ansiedade ou esquiva a locais ou situações das quais poderia ser difícil (ou embaraçoso) escapar ou nas quais o auxílio poderia não estar disponível, no caso de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico. O Transtorno de Pânico Sem Agorafobia é caracterizado por Ataques de Pânico inesperados e recorrentes acerca dos quais o indivíduo se sente persistentemente preocupado. O Transtorno de Pânico Com Agorafobia caracteriza-se por Ataques de Pânico recorrentes e inesperados e Agorafobia.
Fazendo um paralelo do crescimento dos casos da doença com a nossa atualidade, cito a pressão da sociedade diante da necessidade dos jovens em serem “os melhores” em diversas áreas. Desde jovens, são comuns essa pressão e superestimulação por parte dos pais e/ou sociedade geral: aulas de inglês, espanhol, lutas/danças, computação, etc. Não que estimular ou investir conhecimento nos jovens seja algo ruim, mas a forma como tal necessidade vêm sendo encarada é preocupante.
O que parece existir, é cada vez mais uma preocupação em desenvolver pequenos gênios através de estímulos estressantes; as brincadeiras infantis vêm sendo substituídas por jogos solitários em microcomputadores sofisticados, e os pais não se dão conta de que as brincadeiras rústicas são as grandes aliadas de um desenvolvimento saudável e precursor.
As próprias crianças da atualidade vêm percebendo sua responsabilidade muito antes do que realmente deveria senti-la de fato. São inúmeras lições dos diversos cursos, diversas provas que as testam, e diversas frustrações que por vezes encaram em estágios precoces de desenvolvimento.
Um pouco mais velhas, na adolescência, a pressão é ainda maior. Já não bastasse a fase de transformação física e psíquica difícil que enfrentam, ainda precisam encarar a escolha profissional (faculdade), primeiro emprego, namoros, etc. E como sabemos, para todos esses aspectos, não é fácil obter êxito em todos. Como por exemplo, a escolha do curso pode ou não ser favorável a opinião dos pais, assim como, pode ou não estar vinculada à uma imagem de bons lucros futuros, o que aumenta a dúvida do jovem que parece “ser obrigado’ a optar naquele momento; o primeiro emprego é outra tarefa carregada de medos e ansiedades: é o primeiro emprego, mas muitas vezes as entrevistas exigem experiência, cursos disso e daquilo...mais uma vez o jovem encontra-se pressionado e frustrado; O namoro mexe com o emocional de forma violenta: a aparência (algo implantado na mídia como obrigação de um ser humano em seguir um padrão), a sexualidade, as dúvidas, ciúmes, discussões, etc.
Resumidamente percebemos que crescer não é tarefa fácil e parece que a pressão social vem ajudando em um aumento de ansiedade e dessa forma, um dos possíveis princípios para também, um aumento de transtornos de ansiedade.
Claro que não são fatores isolados. Pesquisas são necessárias para embasamento dessas hipóteses, e a verificação de um histórico de vida individual também é fundamental em qualquer diagnóstico. No entanto, fica aqui este tópico para pensarmos que sociedades estamos querendo futuramente.
* A síndrome e o transtorno são constituídos pelo conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença. Enquanto não se identifica a doença, esse conjunto de sinais e sintomas é chamado de síndrome. No momento em que se define a doença, o quadro passa a ser chamado de transtorno.